Quando era criança morava em uma casa com um quintal enorme. Eram três casas no mesmo terreno; a dos meus avós, outra que meu avô alugava e a que morava minha família. Tinha um abacateiro gigante que ficava no meio do quintal que dava uma sombra muito gostosa onde eu, minhas irmãs e meus primos passávamos horas e horas brincando. Nossas mães ficavam sossegadas para fazerem o trabalho da casa, só nos chamando na hora do banho, de comer, e ir para a escola. Naquela época, os afazeres de casa não tinham algumas facilidades que temos hoje, ou não eram tão acessíveis, como a máquina de lavar roupa, ferro a vapor, ceras alto brilho, produtos de limpeza super potentes, etc. Brincávamos de tudo, bolinha de gude, queimada, peteca, casinha, passa anel, pular elástico, pular corda, brincadeiras de roda e muito mais. Um tempo que ficou marcado em nossa memória.
E hoje, como brincam nossas crianças? O que foi feito dos quintais, das brincadeiras de roda e outras brincadeiras que eram passadas de geração para geração? Será que as necessidades criadas pela vida moderna – que de necessárias não tem nada – tiraram das crianças o que elas possuem de mais espontâneo?